Entre o carnaval, a política e outros costumes”populares vive espremida uma força de (contra)cultura que na maioria das vezes passa despercebida da grande massa baiana. Sem ter público ou mesmo condições favoráveis o rock and roll por aqui no oeste sobrevive como forma de resistência e amor à arte, mas além da pobreza financeira que assola essas bandas existem várias outras pobrezas que impedem o avanço por aqui, entre elas a espiritual e, é claro, a cultural. Contradição? Com certeza, num estado que é o berço desta nação a cultura ser reduzida a carnaval e outras “festas populares, quando todos sabemos que tudo faz parte de uma imposição maior e que nossa cultura somos nós quem fazemos. Quanto às cidades:

Correntina

Eu por ter nascido e vivido nesta cidade resolvi começar por ela, pois é a cena que mais tenho conhecimento. Berço de bandas que na maioria das vezes são cheias de potencial mas sem aparelhagem (carência praticamente única e debilitante da cena), Correntina já teve seus tempos dourados, tempos em que a cidade tinha um número de bandas que era grande até pelo tamanho da cidade, mas a falta de interesse de uns, carência de público e aparelhagem foram consumindo essas bandas uma a uma. As bandas que mais tiveram êxitos em seus trabalhos foram:

  • DRs - Banda de hardcore libertário e a mais antiga banda da cidade, que está até hoje na ativa, tão fiel quanto sempre ao estilo e ideal.
  • Majestade - Banda de brás-rock, teve várias formações e nomes. Foi formada pouco depois da DRs, com seu repertório composto de músicas mais populares do rock brasileiro, fez seu nome na cena. Tudo indica que a banda se desfez.
  • Poluição Sonora - Punk desde sua criação até seu fim essa banda trouxe todos os componentes que o punk tinha, desde o faça você mesmo até atitudes sempre marcantes no palco. O seu ápice foi o lendário festival Rock In Fest onde os membros da banda tiraram a roupa no meio do show e tocaram só de cueca! A banda se encerrou no Ajuda Ao Vivo II, fechando o primeiro dia do evento.
  • Relutantes - Banda que ainda está na ativa na cidade. Junto com DRs são as únicas bandas restantes da Correntina Old School.

Bom Jesus da Lapa

Não tenho muito conhecimento sobre a cena, então irei falar até onde conheço. BJ já contou com muitas bandas em sua cena, mas hoje parece não ser mais assim. O estilo mais forte por lá é o metal em seus variados estilos, e a banda mais conhecida da cidade é a Evil Cave, que toca heavy metal brutal.

Santa Maria da Vitória / São Félix do Coribe

Por serem praticamente juntas vou falar da cena das cidades como uma só, porque de fato são. Na cena dessas cidades temos muitas bandas, muito público (o maior que já presenciei) e acesso fácil a aparelhagem, então se pensa: qual é o problema da cidade? Talvez um pouco mais de união entre as bandas e respeito por si e pelo rock and roll que fazem. As bandas mais conhecidas da cidade são:

  • Cesta Básica - Banda cover de Raimundos, também tocou no Ajuda Ao Vivo II.
  • Brutal War - Banda de black metal e representante mais antiga do metal.
  • Anti-vírus - Banda de pop-emocore.

Barreiras

Segundo conhecedo-res da cena local, o movimento não anda muito firme por parte das bandas locais que ainda não têm muita firmeza quanto ao assunto.

O resto das cidades eu não tenho nenhuma informação quanto a movimentações sobre o assunto. Encerro aqui este artigo esperando mais bandas de rock and roll com afinco e força de vontade nesse nosso velho, não bandinhas de moleques e sim adolescentes que vão mudar o mundo!