A afirmação que dá título a este texto é uma citação de Karl Marx e possibilita profundas reflexões sobre essa poderosa força político-social-economica, chamada religião.

A abordagem desse texto é o componente explosivo que a religião representa se unida com a política representativa ou a educação.

Política e religião não deveriam caminhar juntas. A cartilha “voto não tem preço, voto tem conseqüência” afirma que dentre os/as políticos mais perigosos temos os que usam o nome de Deus. Coincidentemente, nos últimos tempos é o que mais tenho ouvido nos discursos eufóricos - e demagógicos - de representantes políticos de Barreiras e outros municípios da região oeste presentes em solenidades por aqui. Falar o nome de Deus (em vão) parece suavizar os acontecimentos, as barbaridades. Funciona como um calmante para as angústias populares e uma venda diante das injustiças sociais que saltam aos olhos de quem possui ou não visão. Somado a isso temos, cada vez mais, pastores e padres enveredando para o caminho da representação política.

Mas qual o problema, afinal, já que são cidadãos como outros? O perigo está no fato de que essas pessoas possuem rebanhos que em certos casos são realmente conduzidos como gado – passivo ao abate – para onde se quer. Dizem-se porta-vozes de Deus e seu filho Jesus na terra, conseguem ludibriar o povo, aproveitando da boa fé e da carência espiritual, fazendo com que tais pessoas se apeguem à religião para justificar o que acontece à sua volta.

Com a educação é semelhante, mas com proporções ainda piores se considerarmos a idade em que as inocentes crianças encontram-se logo no inicio da vida escolar (por volta de seis anos). É uma idade propícia para disseminar as intenções religiosas, mesmo sabendo que o Estado brasileiro é laico, ou seja, não possui uma religião oficial. No entanto, durante toda a história da educação brasileira, desde o início com os jesuítas, percebemos a forte e constante presença da religião, mais precisamente da Igreja Católica. Apesar da laicidade, a Igreja sempre esteve e ainda está presente.

Faz alguns anos, não sei exatamente quantos, que a Igreja Católica perde espaço para outro segmento religioso: o protestantismo. Na verdade, poucos são os que assim se identificam, pois em nada protestam. Se identificam como “Evangélicos/as” e de maneira geralmente alienante, como se dopados por ópio, seguem orientações religiosas de pastores/as e intérpretes da Bíblia.

Esse segmento religioso agora invade as instituições escolares na disputa com o catolicismo por espaço de doutrinação. Como afirmou uma colega de trabalho, a “educação passou das mãos da Igreja Católica para a Evangélica. Infelizmente é o que se constata em muitos espaços onde as educadoras e educadores confundem sua função social com sua fé particular e colaboram para dopar as nossas crianças para que não reajam contra as injustiças impostas e nada naturais, resultantes de um sistema de exploração cruel e irracional chamado capitalismo, que tem na religião um grande sustentáculo.