Dia 17 de Abril é o dia nacional pela reforma agrária. Passou e sem grandes expectativas, já que não há mesmo muito a se comemorar. Porém, para os companheiros que lutam no campo por uma reforma agrária, este mês traz grandes recordações.

No dia 17 de Abril de 1992, 19 trabalhadores rurais sem terra foram assassinados durante uma marcha de camponeses do MST no município de Eldorado dos Carajás, no Pará. Nessa mesma época acontecia no México um congresso mundial com vários movimentos da via campesina, que tendo conhecimento do ocorrido no Pará instituíram o dia 17 de Abril como o dia mundial da luta camponesa.

Assim o mês de Abril ficou marcado por essas e outras lembranças relativas à luta no campo, entre elas a morte de um dos nossos maiores exemplos, Emiliano Zapata, que comandou o que até hoje foi a reforma agrária mais radical da América Latina.

Aqui no Brasil, apesar de tudo, o movimento continua vivo. Apesar de pouco se ter notícia, e as que se têm serem manipuladas por uma mídia que trabalha em prol de interesses particulares, ainda há trabalhadores rurais sem terra que desde fevereiro estão ocupadando cerca de 13 fazendas pertencentes ao banqueiro Daniel Dantas e o grupo Oportunity na região do Pará.

É triste quando as expectativas não são correspondidas. É lamentável ver que o povo depositou suas esperanças em um governo que praticamente virou as costas para o movimento rural que tanto o apoiou.

Mas como todo bom otimista, é bom pensar que há males que vêm para o bem. A reforma agrária de cunho parlamentar, eleitoral, governista, é ilusão e isso é fato. Como dizia Che Guevara, é preciso voltar às origens, fazer uma triagem no movimento campesino desde o topo até a base e tirar toda a ação contra-revolucionaria, pelega e reacionária que possa estar atravancando o caminho para a reforma agrária.